COMDAM - CONSELHO DE MEIO AMBIENTE X ARABIA SAUDITA DO ETANOL


O Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Dourados tomou a decisão certa em não aprovar a alteração na Lei que proíbe a “Queima da Palha da Cana de Açúcar” no município de Dourados-MS.
Em reunião ordinária neste dia 28 de julho de 2011, depois de exaustivo debate entre as partes interessadas que duraram alguns meses, a Câmara de analises e aprovação de projetos do COMDAM, apresentou aos membros do Conselho, um parecer com dez páginas justificando porque da não permissão de alteração na Lei.
Podemos dizer decisão acertada porque, não poderíamos aqui enquanto cidadão douradense e Movimentos Sociais dimensionar as conseqüências que isto poderia ocasionar ao nosso meio ambiente se você permitido. Para se ter uma idéia do que estamos dizendo, a revista Caros Amigos de nº. 172, esta como uma matéria na sua edição de julho, onde o Brasil é visto como a “Arábia Saudita do Etanol”, frase dita por Narenda Murkumbi, presidente da Shree Runuka, companhia indiana que controla várias usinas de etanol no Brasil. Segundo a revista Caros Amigos, a expectativa dos investidores estrangeiros em relação a essa fonte de energia renovável, genuinamente brasileira, é que em um futuro mais breve do que se prevê, representará um papel preponderante na composição da matriz energética mundial. Mas o que isto tem haver com Dourados? Tem haver em muito, uma vez que, se nós cidadãos douradenses e da Grande Dourados, não ditarmos as regras, que tipo de desenvolvimento sustentável queremos, o capital estrangeiro avançará de maneira voraz sobre este setor que tradicionalmente foi dominado por grupos familiares brasileiros, ditara as regras como eles bem querem.
Para ser ter uma idéia do que estamos dizendo, vamos citar os EUA como exemplo onde as florestas foram totalmente devastadas em nome do expansionismo industrial que tanto pregaram. Hoje o país sofre com as constantes situações climáticas adversas que provocam destruição em massa, e o que é pior, ainda se recusam debater qualquer questão ambiental mundial que venha interferir no seu desenvolvimento econômica, exemplo o Tratado de Kioto.
Eles, os investidores americanos, japoneses, ingleses, agora aponta para o Brasil.
Percebendo a importância desta matriz energética, esses investidores agem de forma a querer controlá-la. Mas não é de graça que isso acontece, a matriz energética vindo da cana-de-açúcar, representa 18% no Brasil. Alguns derivados da cana-de-açucar poderá num futuro próximo substituir a nafta, insumo básico da indústria petroquímica utilizado na produção de toda a cadeia de plásticos e resinas, o dito “Plástico Verde”. A safra de 2010/2011 produziu-se 27,5 bilhões de litro de álcool, uma movimentação de R$ 60 bilhões. Até 2020 a produção de petróleo que hoje produz 86 bilhões de barris poderá cair para 60 bilhões, justamente em um momento onde as frotas de veículos só aumentam no mundo. Isso vem confirmar o que todos já imaginavam, que o etanol estrategicamente será uma das importantes matrizes energéticas mundial, e a Royal Dutch Shell (inglesa) tem uma visão muito clara disto, tanto que fez recentemente a fusão com a Cosan a maior sucroalcooleira do mundo. A empresa estatal brasileira Petrobras seguindo a mesma linha, investirá neste grande oligopólio U$ 1,9 Bilhões até 2014.
Que venham os investimentos seja ele estrangeiro ou nacional o que não podemos deixar que eles ditem as regras da sustentabilidade em nosso país. Portanto parabenizo o Conselho Municipal de Meio Ambiente de Dourados, que cumpre muito bem o papel no Controle Social nas questões ambientais no município.
Comitê de Defesa Popular (forum de entidades)

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