INDÍGENAS PROTESTAM EM BRASÍLIA CONTRA ASSASSINATO
O Ministério da Justiça confirmou que o ministro José Eduardo Cardozo vai amanhã (2) a Campo Grande para tratar das disputas territoriais entre indígenas e produtores rurais no estado. Nesta terça-feira (1º), tropas do Exército inciaram uma operação para conter os conflitos.
Presidente da CUT/MS e Ministro da Justiça |
As fazendas estão na área da terra indígena Nhanderu Marangatu, homologada em 2005 pelo governo federal. No mesmo ano, o então ministro STF Nelson Jobim determinou, em liminar, a suspensão do decreto. Com a decisão, os índios foram para uma área provisória a fim de aguardar o julgamento final do STF.
Em agosto, sem o julgamento do processo pelo Supremo, eles decidiram ocupar as fazendas. O conflito se intensificou no sábado (29). De acordo com governo do estado, nove propriedades rurais foram ocupadas por grupos indígenas, o que provocou reação de produtores rurais.
“Esperamos dez anos por essa homologação. Cumpriram-se dez anos, nós retomamos a área, e sábado assassinaram nosso irmão. Está aqui o corpo dele”, afirmou a indígena Daniel Vasques
Anastácio Peralta, um dos líderes guaranis de Mato Grosso do Sul, disse que quem manda na regão é “pistoleiro e fazendeiro”. “Nem a polícia pode entrar, nem a Força Nacional. De sábado para domingo, eles foram lá e assassinaram nossa liderança. O governo perdeu as rédias. Quem manda são os fazendeiros. Um boi vale mais que uma criança. A vida vale menos que uma bala”, afirmou.
A professora indígena Teodora de Sousa pediu ao governo federal uma providência concreta para acabar com a violência contra os índios. “Nós queremos um basta, e que o Estado brasileiro resolva os nossos problemas, demarque as nossas terras e nos devolva o que é nosso de direito”. (Agência Brasil)
FONTE: DOURADOSAGORA.COM.BR
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