SOMOS CONTRA A INTERVENÇÃO DO ESTADO


Os protestos que ocorrem desde o dia 1º deste mês contra a corrupção na Prefeitura e Câmara Municipal de Dourados (MS) estão crescendo com novos blocos de adesões. Hoje, mais de 500 alunos da Universidade Federal da Grande Dourados saíram às ruas, juntamente com o reitor da instituição, Damião Duque de Farias, pedindo também eleições para escolha do novo prefeito e dos 12 vereadores da cidade, Eles não querem a intervenção do Estado.

Os manifestantes espalharam panfletos por onde passaram, alegando que "o governador André Puccinelli não tem moral pra intervir em Dourados!". Portavam estandartes com fotografias do prefeito Ari Artuzi (PDT), dos cinco secretários municipais e dos 11 vereadores indiciados pela Polícia Federal (PF) por corrupção ativa e formação de quadrilha. Durante a passeata, gritavam frases de efeito, pedindo a prisão de todos os envolvidos no caso.

Segundo lista divulgada na manhã de hoje, dos 28 acusados presos na quarta-feira passada pela Operação Urugano, 11 permanecem detidos. Entre os que continuam presos estão o prefeito Ari Artuzi, Maria Artuzi (primeira-dama), Carlinhos Cantos (vice-prefeito), Sidlei Alves (presidente da Câmara) e Alziro Moreno (procurador-geral do município). A PF informou que o prazo da prisão temporária termina hoje, mas os onze permanecem presos devido à decretação da prisão preventiva.

No último sábado, o Tribunal de Justiça nomeou para o cargo de Artuzi o juiz de Dourados, Eduardo Machado Rocha, e a partir da próxima quarta-feira julgará o pedido da Procuradoria de Justiça sobre a intervenção no município. Hoje, o magistrado adotou duas medidas que considerou "urgente". A primeira, para "reduzir o rombo deixado pelos acusados nos cofres públicos", e a segunda, devido ao caos nos atendimentos médico-hospitalares do município.

Depois de nomear os novos secretários, determinou a "caça" e demissão de 350 funcionários "fantasmas" pagos mensalmente pela prefeitura e que não aparecem no trabalho. Em seguida, mandou reabastecer os postos de saúde com remédios, materiais para curativos e pequenas cirurgias, água para os bebedouros e até papel higiênico. "Dói ver as pessoas sofrendo na busca pelo alívio de suas dores e não serem atendidas no setor de saúde pública do município", disse.

Além dos R$ 170 mil por mês para os cinco secretários da prefeitura e os 11 vereadores, oriundos de propinas de construtoras, empresas de prestação de serviços e fornecedores beneficiados em concorrências fraudulentas, R$ 2 milhões saíam mensalmente do setor de saúde pública para os bolsos do grupo de acusados, segundo investigação da PF.

Estadão

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