Frente exige posicionamento da Câmara em ato pelo fim da violência contra as mulheres

 

Movimento pede posicionamento do Legislativo e fiscalização do Executivo quanto as políticas públicas

 A Frente Feminista de Dourados, que reúne diversos coletivos e autônomas, realizou um ato público na Câmara Municipal em defesa das mulheres na última segunda-feira (22), contra a violência e a omissão do Poder Público. Com cartazes que mostravam dados do mapa da violência de Mato Grosso do Sul, elas solicitaram uma resposta dos vereadores e vereadoras para a “Carta Aberta” enviada para a Casa de Leis em setembro deste ano. “Queremos um posicionamento oficial”, enfatizavam.

Segundo o documento protocolado e encaminhado diretamente ao presidente da Mesa Diretora, Laudir Munaretto, o pedido era para que a Câmara realizasse audiências públicas em conjunto com a Frente e os demais movimentos que assinaram, com o intuito de aprofundar o debate e apontar melhorias nas políticas públicas de prevenção. “Nos últimos meses, acompanhamos vários crimes e, em um desses casos, perdemos a vida de uma criança indígena que chocou o país inteiro”, diz parte do texto.



Em todos os meses de 2020, MS registrou casos de feminicídio (termo de crime de ódio baseado em aversão ao gênero feminino), tem a segunda maior taxa do Brasil e a maior proporção de estupros do País, segundo o Anuário de Segurança Pública, do FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública). “O machismo mata, se apropriem das políticas de enfrentamento a violência, fiscalizem o Executivo”, pede a Frente.

Entre as preocupações apontadas, além do alto índice de violência, estão o baixo apoio institucional, quando citam, inclusive, que a Delegacia da Mulher não atua 24h, o que, de acordo com elas, expõe ao atendimento fora de um ambiente especializado e, consequentemente, por falta de profissionais capacitados para isso, problemas como a falta de publicidade quanto as Lei e a promoção da educação sexista, além do fechamento de espaços de proteção, como a Vara da Criança e do Adolescente e a Casa Abrigo. Cita ainda o olhar para as mulheres indígenas e o apoio a autonomia, como cursos de qualificação e fomento a economia solidária.



A atividade tem inspiração ainda na campanha de 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres, então as ações continuam. A Frente também participou da Feira Afro no dia 20, realizada na Praça Antônio João e irá compor o ato chamado pelo Centro de Estudos Bíblicos (CEBI) no dia 27, no mesmo local.

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