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Camponeses exigem apuração de crimes contra indígena e agricultor
Foto:agorams.com.br

No último sábado (29) o índio Semião Fernandes Vilhalva, de 24 anos, foi morto com um tiro na cabeça enquanto bebia água na beira de um córrego na Terra Indígena Ñande Rú Marangatú de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul. Dias antes, no Maranhão, o conselheiro do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Raimundo Santos Rodrigues, foi assassinado. Diante dos dois casos de perseguição a Contag declarou solidariedade tanto aos povos indígenas quanto aos camponeses.
foto:newsrondonia
Em nota a entidade disse lamentar as mortes e informou que vai entrar com uma petição nos Ministérios da Justiça, e de Direitos Humanos e também na Ouvidoria Agrária Nacional e Presidência da Comissão Nacional de Violência no campo exigindo providências urgentes contra os acusados pelos dois assassinatos.
O corpo de Semião Vilhalva, que era da etnia Guarani-Kaiwá, foi encontrado pelos outros indígenas moradores da reserva à margem do córrego onde ele bebia água. De acordo com o laudo do Instituto Médico Legal o jovem foi atingido por uma bala de calibre 22, ainda não aprendida pela polícia.
No sábado (29) um grupo de aproximadamente 100 fazendeiros foi à cidade prometendo que desocupariam “na marra”, as propriedades rurais invadidas pelos indígenas há pouco mais de uma semana. Equipes da Força Nacional, do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) e Polícia Rodoviária Estadual (PRE) estiveram na região de confronto para tentar apaziguar a situação. Há dez anos no Governo Federal homologou parte das propriedades rurais como terra indígena, desde então há uma série de cobranças para que as demarcações sejam feitas.
Raimundo Santos Rodrigues,  conselheiro vivia há mais de 10 anos na unidade de conservação da Reserva Biológica Gurupi, administrada pelo ICMBio na região da Amazônia Legal. Mais de 100 famílias vivem nesta área, há mais de 50 anos, e sobrevivem da agricultura de subsistência, criação de pequenos animais, caça e pesca.
Em meados de junho deste ano o agricultor denunciou, em um vídeo, que um fazendeiro da região estava agindo de forma violenta para retirar as famílias do local e chegou a incendiar as casas e objetos dos moradores.
Dois homens foram presos, na última quinta-feira (27), suspeitos pelo crime contra o ambientalista, na ocasião eles estavam armados com espingardas e facões, mas não reagiram. Raimundo foi morto a tiros durante uma emboscada em Bom Jardim na terça-feira (25). Desde 2014 a comunidade é perseguida por um latifundiário de Imperatriz. Além disso, os moradores da comunidade têm sofrido ameaças de pistoleiros.

Fonte: Portal Vermelho
Por Mariana Serafini

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