Impactos dos Agrotóxicos na Sociedade
O Brasil é o País que mais utiliza agrotóxico nas plantações. Dados do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), órgão do Ministério da Saúde, afirmam que no Brasil a venda de agrotóxicos saltou de US$ 2 bilhões para mais de US$7 bilhões entre 2001 e 2008, alcançando valores recordes de US$ 8,5 bilhões em 2011. Discutir os riscos à saúde e os danos ambientais causados pelo uso desse produto é o objetivo de um seminário que será realizado na próxima segunda-feira, dia 17.
O evento é promovido pela Assembleia Legislativa e a Câmara Federal, por meio dos deputados estaduais Amarildo Cruz (PT), Pedro Kemp (PT) e Zeca do PT, respectivamente. O Seminário: Os Impactos dos Agrotóxicos na Sociedade inicia às 13 horas, e contará com a participação de pesquisadores de Mato Grosso do Sul e de outros estados.
Estudos estimam que aproximadamente 25 milhões de trabalhadores agrícolas de países pobres sofram com algum tipo de intoxicação causada por exposição a agrotóxicos. De acordo com dados do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea), Mato Grosso é o maior consumidor do Brasil, com o equivalente a 43 litros de veneno por habitante.
Em Mato Grosso do Sul, a estimativa é que cada pessoa consome proporcionalmente até 40 litros de agrotóxicos por ano, quase seis vezes a mais do que a média nacional per capita, que é de 7,3 litros por ano. A exposição e o consumo de produtos contaminados em médio e longo prazo podem causar distúrbios neurológicos, problemas respiratórios, cardíacos, pulmonares, no sistema imunológico e na produção de hormônios, além de má formação fetal e até câncer.
Conforme o deputado estadual Amarildo Cruz, estudos recentes do Inca mostram a relação do crescimento das vendas de agrotóxicos com o registro de casos de câncer no País. Esse é um assunto preocupante e que precisa ser discutido com profundidade e responsabilidade. O País é o maior consumidor de agrotóxicos no Mundo. Temos o caso comprovado de intoxicação de centenas de pessoas na cidade de Lucas do Rio Verde, em 2006, durante uma pulverização aérea. Até hoje moradores daquele município sofrem com os problemas daquela intoxicação”, esclareceu.
Para o deputado federal Zeca do PT, a fiscalização da comercialização dos agrotóxicos deve ser mais rígida. “Se o consumo Brasil é alto, imagine no nosso Estado, que faz fronteira com a Bolívia e o Paraguai. É sabido que entram via fronteira diversos venenos com componentes altamente cancerígenos, sem nenhum controle da Anvisa. É preciso uma maior fiscalização”, alertou Zeca do PT.
Confira a programação:
13h - INSCRIÇÃO
13h30 - ABERTURA
MESA I - DIAGNÓSTICOS E IMPACTOS DOS AGROTÓXICOS NO TRABALHO, SAÚDE E AMBIENTE
13h45 - Professor Dr°Wanderley A. Pignati – UFMT
Tema: Uma agricultura saudável é possível: a importância da campanha permanente no combate ao uso de agrotóxicos:
14h10 -Pesquisador Luiz Claudio Meirelles – FIOCRUZ
Tema: O submundo dos agrotóxicos: consequências do poder econômico das empresas nacionais e multinacionais no lobby na liberação de agrotóxicos
14H35 - Dr° Professor Luiz Felipe Ribeiro Pinto - INCA(Instituto Nacional do Câncer)
Tema: Agrotóxicos e suas consequências na estrutura celular: sentença morte das populações expostas.
MESA II - GARANTIAS DE CONSOLIDAÇÃO DE SISTEMAS PRODUTIVOS VIÁVEIS E SEGUROS
14H55 - Professora DrªMárcia Rizzo - UFMS
15H10 - Professor Dr° Dario Pires – UFMS
Tema:Contribuições da Química nas análises dos impactos no trabalho, saúde e ambiente.
15H25 - Professor Dr°Denilson de Oliveira Guilherme – UCDB
Tema:Biotecnologia como Alternativa ao uso de Agrotóxicos
15h45 - Biologo Olácio Komori - Presidente da Associação dos Produtores Orgânicos de MS - APOMS
Tema: Viabilidade da Agro Ecologia na Produção de Alimentos
16h05 - Marco Antonio Delfino de Almeida - Procurador do Ministério Público Federal
Tema: Legislação sobre o uso de agrotóxicos
16h25 - Encerramento e considerações finais
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