RIO + 20 E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Será verdade a expressão “desenvolvimento sustentável”? Muita gente séria não hesita em dizer sim, principalmente quando se esbarram na difícil escolha entre conservação ambiental e crescimento econômico, principal polêmica do mundo atual e tema de amplas discussões acadêmicas e de políticas públicas. Num mundo complexo, multilateral e com uma população acima dos 6 bilhões de habitantes, se todos consumissem como nos países ricos seriam necessários quatro planetas para suprir todo esse consumo. A humanidade geraria uma demanda gigantesca e avassaladora e estaríamos condenando de vez o nosso planeta. O conceito de Desenvolvimento Sustentável, tem sua relevância no Relatório da Comissão sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMD) ou Comissão Brundtland de 1987, onde firmou se uma posição como principal âncora para as políticas de desenvolvimento durante a Conferência da Eco 92, é também conhecida como a Cúpula da Terra. Expressão usada no passado num documento denominado “Word Conservation Strategy” (Estratégia Mundial para a Conservação) produzido pela IUCN e World Wildlife Fun 1980. Este relatório enfatizou, a necessária mudança nas relações econômicas internacionais e o estimulo a cooperação de desenvolvimento sustentável a fim de reduzir a distância entre países ricos e pobres. Apesar de suas inegáveis boas intenções, o conceito de desenvolvimento sustentável oferecido pelo relatório ainda é controverso. Alguns autores forma enfáticos em argumentar que o relatório não analisou especificamente o que são necessidades humanas. Outros autores entenderam que necessidades básicas à sobrevivência estão obviamente incluídas, nutrição, saúde e abrigo, mas não quantifica quais os limites de sobrevivência estariam incluídos nestas necessidades. Mudanças climáticas desmatamento e queimadas, fragmentação de habitats perda de espécies, geração descontrolada de resíduos, falta de saneamento, são alguns dos fenômenos que afetam a vida na terra. Conhecer os mecanismos para atenuar essas pressões é parte essencial do desenvolvimento das sociedades contemporâneas ,até porque as incertezas em torno das mudanças climáticas são muitas e são grandes. Quanto CO2 podemos lançar na atmosfera? Quanto ao aquecimento, como serão afetados os climas, locais, ecossistemas e espécies vulneráveis? Os impactos sobre a produtividade, conforto e saúde? Os custos prováveis de migração para fontes de energia renovável e conservação de energia? Vinte anos se passaram e as lideranças mundiais se reúnem novamente para debater os mesmos problemas, e qual será o futuro do planeta Terra. Através de dados científicos, podemos afirmar categoricamente que estamos diante de uma grande ameaça e a necessidade urgente de resolve - lá. A sustentabilidade e forma de funcionamento e a sobrevivência das futuras gerações e de todas as outras espécies do planeta volta a ser o tema de uma grande Conferência. Infelizmente, o que vemos intitulada como “o futuro que queremos” em pleno século XXI, são tentativas fracassadas. Governantes tentando apenas proteger seus interesses restritos, em lugar de servir de inspiração para o mundo e devolver a fé na humanidade. Novamente a cúpula mundial debate os problemas, sem mencionar os limites suportáveis do planeta, os pontos críticos, ou a capacidade de carga da Terra. Mais de mil Movimentos Organizados no mundo, recusam-se se a assinar um texto no qual não reflete a aspiração dos povos da Terra e faz severas criticas ao comportamentos dos países. Ao adotar o texto da Rio+20 os governantes, estarão novamente colocando a economia acima dos interesses da coletividade, ou seja, uma lástima, um desperdício de tempo e de tudo o que foi debatido nesta grande Conferência. Voltamos a estaca zero da Eco 92, com uma diferença, a de que o planeta Terra está um pouco mais destruído, em detrimento da ganância das economias mundiais.

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