EM MATO GROSSO DO SUL 90% DOS EDUCADORES ESTÃO PARADOS


Em luta pelo cumprimento integral da lei do piso salarial dos professores, centenas de manifestantes da categoria estiveram na manhã de ontem em frente à Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande, para pedir apoio da entidade.
Na prática, eles querem que os 78 municípios do Estado cumpram o que determina a lei, uma vez que apenas 15 deles pagam o piso de R$ 1.451,00 anunciado no mês passado pelo Ministério da Educação.
Durante o manifesto, o presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Roberto Magno Botareli, entregou um documento ao diretor-executivo da Assomasul, Sebastião de Almeida Filho, contendo uma série de reivindicações.
A Federação pede no documento que a Assomasul receba representantes da categoria na próxima semana para discutir o assunto.
“Em defesa dessa educação, que transformou nossa sociedade para melhorar, é que nós, educadores em Mato Grosso do Sul, vamos paralisar as atividades nas escolas públicas nos dias 14, 15 e 16 de março”, assinala trecho do documento entregue à diretoria da Assomasul.
Além do cumprimento do piso salarial dos professores, a Fetems defende 1/3 de hora-atividade para preparação das aulas, como acontece na rede municipal de Água Clara, Aquidauana, Sete Quedas, Coronel Sapucaia, Nioaque, Miranda, Camapuã, Antônio João, Brasilândia, Inocência, Naviraí, Paranaíba, São Gabriel do Oeste, Sidrolândia e Três Lagoas, conforme atesta a entidade.
A categoria defende ainda que 10% do PIB (Produto Interno Bruto) do País sejam destinados às ações na área de educação, além da manutenção do percentual de reajuste do PSPN de acordo com o custo aluno/ano.
Ao receber o documento, o diretor da Assomasul reconheceu que o movimento é justo e prometeu encaminhá-lo à diretoria da entidade.
“Toda categoria tem o direito constitucional de reivindicar, principalmente a educação, que é um instrumento de transformação do ser humano, respeitamos o movimento, mas cada município tem a sua autonomia, sua independência financeira para negociar”, disse Sebastião Almeida, ao usar o microfone de um carro de som da Fetems que puxava os manifestantes.
PASSEATA
O deputado estadual Laerte Tetila (PT) participou do movimento, que teve início na área central da cidade, terminando com uma reunião na sede da Fetems, na qual os professores foram homenagear 15 prefeitos que cumprem a lei.
Em entrevista ao jornal O PROGRESSO, Tetila disse que a maioria dos prefeitos brasileiros, principalmente das cidades de pequeno porte, alega não ter dinheiro para cumprir o piso, mas o artigo 4º da lei 11.738/2008 garante, nesse caso, recursos federais, do Fundeb, para complementar os valores.
Vereadores de vários municípios foram a Capital juntamente com caravanas de professores.
Segundo a Fetems, mais de 50 ônibus vindos do interior participaram do movimento reivindicatório, que tomou conta da Avenida Eduardo Elias Zahran, onde está localizada a Assomasul.
Os batedores da Ciptran (Companhia Independente de Polícia Militar de Trânsito) acompanharam o movimento, evitando congestionamento no trânsito.
Apesar de não ocorrer baderna e invasão ao prédio da Assomasul, alguns manifestantes aproveitam para usar as dependências da entidade, principalmente para tomar água, café e ir ao banheiro, se misturando aos os secretários municipais de Fazenda que participam desde ontem do 1º Seminário Simples Nacional, promovido pelo Confaz-M (Conselho dos Secretários Municipais de Receita, Fazenda e Finanças de Mato Grosso do Sul).

Fonte Jornal O Progresso
Foto Chico Ribeiro - Matéria Willians Araujo

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