QUEIMA DA PALHA DA CANA É NOVAMENTE POLEMICA EM DOURADOS
Os vereadores de Dourados devem votar, na sessão de hoje (2), em regime de urgência, o pedido do prefeito Murilo Zauith que permite alterações na lei que proíbe a queima da palha da cana de açúcar no Município. Entidades sindicais e ambientalistas prometem ocupar o plenário para protestar contra essa proposta.
O assunto é polêmico desde 2009, quando foi instituída a lei que estabeleceu um prazo até o final daquele ano para que fosse proibida a colheita da cana com a utilização da queima da palha. Inclusive, teria sido a partir daquela mobilização de industriais e empresários sobre os vereadores que a Polícia Federal decidira iniciar as investigações sobre o uso de dinheiro público para o pagamento do chamado “mensalinho” [dinheiro pago por fora aos políticos], o que deu origem à operação “Owari” (ponto final, em japonês). Na época chegaram a ser presos, por alguns dias, os vereadores Sidlei Alves, Humberto Teixeira Júnior, Paulo Henrique Bambu e ainda o vice-prefeito Carlinhos Cantor.
Em 2010 a Câmara de Vereadores sofreu uma devassa com a prisão de 9 dos seus 12 membros titulares, já durante a operação “Uragano” (furacão, em italiano) que resultou na cassação, em 2011, dos mandatos de Humberto Júnior, Cláudio Marcelo Hall, o Marcelão, Paulo Henrique Bambu e Marcelo Barros e nas renúncias de Sidlei Alves, José Carlos Cimatti, Aurélio Bonatto, Zezinho da Farmácia e Edvaldo Moreira.
Antes de ser cassado, Bambu foi o autor da emenda à lei que proibia a queima da palha da cana, prorrogando a autorização até o final de 2010. Ambientalistas e as entidades de classe denunciaram, naquela ocasião, que o intuito dessa alteração na lei era simplesmente para privilegiar alguns plantadores de cana que estavam com suas plantações perfiladas (deitadas).
O Comitê de Defesa Popular, entidade que coordena as ações de um grupo de sindicatos e associações, divulgou nota dizendo que existem informações técnicas que contrariam a tese de que a cana de açúcar não pode ser colhida no estado de perfilamento. “Mesmo estando perfilada, é possível ser cortada de forma mecânica e não há necessidade que se autorizem ou se mudem a lei permitindo a queima da palha”, diz o comitê.
Segundo estudo técnico apresentado pelo Ministério Público Federal, a prática das queimadas é prejudicial à agricultura, à saúde humana e dos demais seres vivos, porque deixa o solo nu, aumenta a erosão, destrói a matéria orgânica do solo, diminuindo a sua fertilidade e a produtividade das lavouras, além de provocar crescimento exagerado de pragas, o que leva ao uso intensivo de agrotóxicos e o aumento de despesas públicas no tratamento de moléstias causadas pela fuligem da queima.
FONTE WWW.DOURANEWS.COM.BR
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